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Artigos

Crocheteando novas formas de existir

Ilustração realizada para a Exposição de Cartazes Anti-Imperialistas. “Flores-seremos”, por Fabiola Sánchez Quiroz (México).

 

Este texto faz parte do Concurso de Ensaios Tricontinental | Nada será como antes.

 

Por Edilson de Jesus Santos

Tenho feito muito crochê e pensado nas vidas perdidas por conta da pandemia (e outras violências do Estado, que já penso há um tempo)

Minhas mãos doem muito, mas penso ser necessária já que aprendizagens abrem fissuras

A cada ponto alto, ponto baixo e ponto baixíssimos tenho tentado pensar em outros modos de viver (para não ficar na repetição), pois nada nunca é como antes, a gente sempre se transforma em algo que não seremos amanhã ou há poucos minutos depois de um processo de reflexão

Há o outro em mim que me coloca num lugar desejante, um eu num lugar do (suposto) real e outro dominador que tenta castrar qualquer possibilidade de transgressão

Penso em explodir tudo, pois sou bixa-bomba
Mas tenho explodido só por dentro e isso tem efeito apenas mim, já que tem sido difícil afetar à distância

Me pergunto sempre como será quando tudo isso passar, mas nunca chego numa resposta…
Talvez seja melhor não ter respostas e continuar pensando em existir de outras formas