Cartilha | A educação brasileira na Bolsa de Valores
Observatório da Financeirização
Apresentação
Esta cartilha tem por objetivo compreender como o capital financeiro se insere na educação brasileira. É um material voltado para militantes, ativistas, sindicalistas, estudantes e pessoas que não dominam o “economês”, mas que querem entender um pouco mais sobre o funcionamento das instituições privadas educacionais (Clique aqui para baixar a cartilha).
Para isto, apresentamos algumas informações básicas sobre oito empresas de capital aberto que atuam no setor: Kroton Educacional S.A. (também conhecida como Cogna), Yduqs Participações S.A., Ser Educacional S.A., Ânima Holding S.A., Bahema Educação S.A., Arco Educação S.A., Afya Participações S.A., Vasta Plataform Limited.
Nem todas estão entre as maiores do ramo. No Brasil, existem diferentes modalidades de instituições educacionais privadas. Dentre elas, destacam-se de longa data as instituições filantrópicas, geralmente vinculadas a entidades religiosas, assim como as empresas limitadas e as sociedades anônimas de capital fechado e de capital aberto. Nesta cartilha, optamos por tratar apenas das empresas que têm capital aberto e que, portanto, negociam seus títulos de propriedade na bolsa de valores.
Na área da educação privada, a concessão de títulos de propriedade (ações) na bolsa de valores teve início em 2007, ano em que ocorreu a oferta pública de ações dos grupos Anhanguera, Pitágoras e Estácio de Sá. De lá para cá este processo se ampliou, envolvendo não apenas a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mas também a Bolsa de Valores de Nova York (Nasdaq), onde algumas empresas brasileiras vêm se inserindo desde 2017. Assim, há atualmente cinco empresas de serviços educacionais cotadas na Bovespa (Kroton, Yduqs, Ser, Ânima e Bahema) e três contadas na Nasdaq (Arco, Afya e Vasta). Além delas, a Eleva Educação, de propriedade de Jorge Paulo Lemann, anunciou recentemente a pretensão de abrir capital na Bolsa de Nova York.
Por que optamos por apresentar apenas estas oito empresas de um universo mais amplo de instituições privadas? Esta escolha levou em conta que as companhias de capital aberto são casos privilegiados para desvendar a dinâmica do capital em sua fase financeirizada. O fenômeno conhecido como financeirização pode ser definido como a ampliação e a autonomização relativa da esfera financeira em relação ao mundo da produção material de riquezas. Este processo ganhou impulso crescente em escala internacional a partir da crise dos anos 1970 e se aprofundou com a implantação do modelo neoliberal nas décadas mais recentes. Do ponto de vista da dinâmica econômica, a comercialização de ações na bolsa é um dos mecanismos pelo qual a financeirização se apropria das atividades educacionais, fazendo com que estas empresas sejam regidas não apenas pela lógica do lucro, provindo da venda de produtos e serviços, mas também pela lógica financeira e especulativa do comércio de títulos.
Hoje, a lógica financeira e especulativa que rege o comércio de títulos é marcada pela amplitude econômica global e pela volatilidade. Os investidores que aplicam seu capital nas bolsas não estão preocupados com a origem nacional das empresas ou com o tipo de produtos ou serviços que estas geram. Não estão interessados tampouco com os efeitos que estas empresas têm sobre o desenvolvimento ou o atraso do país. A única coisa que importa, independente da índole individual de cada investidor, é o grau de rentabilidade que aquele título de propriedade oferece. Esta é a lógica que rege a esfera financeira.
Por isto, o capital financeiro e especulativo pode migrar em questão de horas de um setor para outro e de um país para outro, gerando uma rápida valorização de uma empresa em um determinado momento, mas que em pouco tempo pode se deteriorar em função da ausência de barreiras e controles. Isto tem muitas implicações, afinal a especulação financeira destrói progressivamente a oferta de bens públicos e eleva o custo de vida da maioria da população ao se apropriar de serviços que anteriormente eram oferecidos gratuitamente pelo Estado. A lógica financeira também atenta contra a soberania dos povos, ao deixar o país vulnerável ao “humor” dos mercados internacionais, além de afetar a qualidade dos serviços, uma vez que estes passam a ser regidos pela necessidade de rápida rentabilidade.
No Brasil, expressões como “o nosso futuro depende da educação” ou “somente com a educação construiremos um país melhor” são bastante disseminadas. Se isto é verdade, pode-se concluir que a lógica financeirizada que rege o funcionamento das empresas apresentadas nesta cartilha é um dos grandes obstáculos a serem superados para o desenvolvimento do nosso país.
Orientações para a leitura
A seguir, elencamos os principais tipos de informações que esta cartilha oferece sobre as empresas do setor educacional privado, bem como as fontes de onde elas foram extraídas. Além disso, para que o leitor possa compreender o significado destas informações, discorremos sobre algumas características que definem a organização interna e a lógica das sociedades anônimas de capital aberto.
A cartilha apresenta informações muito pontuais sobre as oito empresas. Na primeira parte aparecem as cinco empresas cotadas na Bovespa e na segunda, as três cotadas na Nasdaq. Para cada empresa são apresentadas as seguintes informações: nome da companhia; um breve histórico de sua constituição e do processo de aquisições; o nome dos principais proprietários; o nome das empresas subsidiárias, ou seja, as empresas de que a companhia principal detém a propriedade e o controle; o nome do Diretor-Presidente e a remuneração anual da Diretoria da empresa; as marcas que a empresa utiliza; os setores de atuação na área educacional; a região do país onde atua; o número de estudantes matriculados em sua rede de ensino; e por fim, alguns indicadores econômicos básicos (patrimônio líquido, receita líquida, lucro líquido e Ebitda).
A maior parte dessas informações foram extraídas dos Relatórios de Referência, documentos que as empresas de capital aberto enviam anualmente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que contêm um conjunto muito rico de informações sobre seu funcionamento. Todos os dados numéricos mencionados referem-se ao ano de 2019, portanto eles não retratam o impacto da pandemia da Covid-19 sobre a área da educação. Além disso, algumas informações também foram obtidas nos sites dessas companhias.
Em relação à natureza das informações apresentadas, é importante uma breve caracterização. Em primeiro lugar, por terem seus títulos de propriedade comercializados na bolsa de valores, estas empresas não têm um proprietário individual específico. O mais comum é que os proprietários sejam um conjunto de pessoas ou instituições, variando o seu número e a concentração da propriedade de cada participante. Isto torna difícil personalizar a atuação das companhias e até mesmo de atribuir responsabilidade jurídica a indivíduos quando a empresa comete algum ato ilícito. Além disso, há casos em que os proprietários não são pessoas e sim instituições, geralmente sob a identidade de um fundo de investimento. Nestes casos, é ainda mais difícil identificar quem são as pessoas que estão por detrás das instituições e que detêm a propriedade e o controle da empresa.
Em segundo lugar, o que complica mais o entendimento de como estas companhias funcionam é que cada uma delas compõe um grupo empresarial mais amplo. Embora estas empresas existam como pessoa jurídica (CNPJ), do ponto de vista do seu funcionamento elas detém a propriedade de outras empresas, formando uma rede hierarquizada de companhias controladas por um grupo de investidores. O grau de complexidade destes grupos varia conforme o caso.
Em terceiro lugar, justamente por ter um grande número de proprietários, o funcionamento destes grupos depende de um corpo de funcionários que os administram. Esta estrutura administrativa formada por executivos e técnicos, que além de funcionários podem ser também proprietários, é encabeçada por um diretor-presidente, conhecido no meio empresarial como CEO (Chief Executive Officer). Este acaba sendo uma espécie de figura pública da companhia. Nesta cartilha, buscamos identificar o diretor-presidente de cada uma das empresas de educação, bem como apresentar a remuneração recebida pelos diretores como uma forma de exemplificar a disparidade dos ganhos dessas pessoas em relação ao cidadão comum brasileiro. O leitor notará que estes administradores em geral recebem alguns milhões de reais por ano pelos serviços prestados a estas empresas.
Por fim, é importante distinguir a empresa como unidade econômica em relação às marcas que esta utiliza e que são conhecidas e divulgadas para o público. É normal que as pessoas conheçam estas marcas, embora muitas vezes não saibam identificar o grupo empresarial a que pertencem. A estratégia de marcas de uso das empresas é variada. Algumas preferem pulverizar o número de marcas, utilizando uma identificação distinta para cada nicho de mercado. Outras optam por fortalecer uma marca nacional que acaba sendo utilizada em diferentes instituições do mesmo grupo.
Empresas cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa)
1. Kroton Educacional S.A. (Cogna)
Apresentação e histórico
Embora a empresa recentemente venha utilizando a marca Cogna Educação, oficialmente seu nome permanece registrado como Kroton Educacional S.A.. A Kroton é o maior grupo educacional do Brasil, de acordo com o ranking da Revista Valor publicado no ano de 2019. Ela se destaca pela abrangência nacional e pela atuação multivariada que abarca todos os níveis de Ensino (da Educação Infantil ao Ensino Superior) assim como a produção de material didático, elaboração de métodos pedagógicos e plataformas virtuais de ensino.
A Kroton iniciou suas atividades em Belo Horizonte (MG) como um curso pré-vestibular ainda nos anos 1960. Na década seguinte, a empresa expandiu seus serviços para o Ensino Básico, por meio da rede de colégios Pitágoras, que continua sendo uma marca utilizada pelo grupo. Até os anos 1990, a empresa atuou unicamente na Educação Básica, ampliando seu alcance por meio de parcerias com grandes empresas.
Somente nos anos 2000 foi que a Kroton passou a atuar no Ensino Superior, abrindo a primeira filial da Faculdade Pitágoras em Belo Horizonte (MG). Em 2007, a empresa abriu capital na Bovespa, aumentando sua capacidade financeira e consolidando a atuação no Ensino Superior. A partir daí iniciou-se um intenso processo de fusões e aquisições de empresas menores, adquirindo o grupo Iuni Educacional (2010), Ceama (2011), Fais (2011), União (2011), Unopar (2011). Em 2013, a Kroton se fundiu com o grupo Anhanguera Educacional. Foram nestes anos também que a empresa ampliou sua atuação na modalidade de Ensino à Distância (EaD). A ampliação de sua atuação prosseguiu ainda com a aquisição do Unirondon (2013), do Centro Educacional Leonardo Da Vinci (2018), a compra do grupo Somos Educação (2018), do Colégio Lato Sensu (2018), do Centro de Ensino Superior de Marabá (2019), do Centro de Ensino Superior de Parauapebas (2019) e do Centro de Ensino Superior de Paragominas (2019).
Com o crescimento do grupo, a Kroton iniciou um processo de reorganização de sua gestão em 2018, passando a utilizar a marca Cogna Educação como um “guarda-chuva” (holding) que abriga diferentes marcas voltadas para serviços específicos: Kroton, Saber, Vasta e Platos.
2. Yduqs Participações S.A.
Apresentação e histórico
A Yduqs é o segundo maior grupo educacional privado brasileiro, de acordo com o ranking da Revista Valor publicado em 2019. A empresa mudou de nome recentemente, sendo anteriormente denominada como Estácio Participações. Apesar disso, a marca Estácio continua sendo utilizada como identidade das instituições de ensino controladas por este grupo. Hoje, a Yduqs, por meio de suas diversas empresas subsidiárias, vende serviços educacionais em diversos níveis, mas a ênfase de sua atuação é o Ensino Superior.
As origens da Yduqs remontam à Faculdade de Direito Estácio de Sá, fundada no início dos anos 1970. Em 1988 a Estácio ganhou status de Universidade. Até meados dos anos 1990 a atuação do grupo esteve restrita à cidade do Rio de Janeiro. A partir daí a empresa ampliou sua atuação para cidades vizinhas e, já nos anos 2000, ganhou abrangência nacional ao abrir filiais em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pernambuco, Pará e Ceará. Ao mesmo tempo, a empresa ampliou também o seu escopo de atuação, abrindo novos cursos de graduação.
Em 2007, a Yduqs abriu capital na Bovespa, tornando-se a terceira empresa de educação a negociar ações na bolsa de valores no país. Com o aporte de capital propiciado pela abertura, a companhia iniciou seu processo de expansão a partir da compra de empresas menores.
Ao longo dos últimos anos, a Yduqs adquiriu as seguintes instituições de ensino: Faculdade Atual da Amazônia (2011), Sociedade Natalense de Educação e Cultura (2011), Faculdade de Excelência Educacional do Rio Grande do Norte (2011), Sociedade Nova Academia do Concurso – Cursos Preparatórios (2011), Faculdade da Academia Brasileira de Educação e Cultura (2011), Rio Neiva Participações (2011), Faculdade Seama (2012), Unisãoluis Educacional (2012), Faculdade de Tecnologia Ibratec (2012), Fargs Faculdades Riograndenses (2012), Faculdade de Tecnologia do Uniuol (2012), Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas (2013), Faculdades Integradas de Santa Catarina (2013), União dos Cursos Superiores SEB (2014), Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (2014), Centro de Assistência ao Desenvolvimento de Formação Profissional Unicel (2014), Faculdade de Ciências, Saúde, Exatas e Jurídicas de Teresina (2014), Faculdade Nossa Cidade (2015), Faculdade de Castanhal (2015), Faculdades Unidas Feira de Santana (2015) e a Sociedade de Ensino Superior Toledo (2019).
Em 2016, o grupo Kroton chegou a iniciar a compra da Yduqs, mas a operação foi barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão do Estado que tem por função impedir a formação de cartéis e monopólios nos diversos setores de atividades econômicas.
3. Ser Educacional S.A.
Apresentação e histórico
O grupo Ser Educacional aparece em quinto lugar no ranking da Revista Valor no ano de 2019, dentre as maiores empresas do setor educacional brasileiro. A Ser Educacional foi fundado em 1993 pelo empresário pernambucano José Janguiê Diniz. Inicialmente voltada para cursos preparatórios para concursos públicos, já no final daquela década a empresa ampliou sua atuação para os cursinhos pré-vestibulares, com ênfase na preparação para as faculdades de Direito. Em 2003, o grupo fundou a Faculdade Maurício de Nassau e foi ampliando sua atuação pelos estados do Nordeste brasileiro. Em 2007, o grupo fundou também a Faculdade Joaquim Nabuco. Em 2010, o grupo identificado pela marca Maurício de Nassau passou a ser denominada de Ser Educacional. A oferta de ações da empresa na Bovespa iniciou em 2013.
A partir de 2008, a Ser Educacional iniciou o processo de aquisições de outras empresas. Adquiriu o Centro de Ensino e Tecnologia da Bahia (2008), Sociedade de Desenvolvimento Educacional Avançado (2008), Faculdade CDF (2008), AP Teresina (2013), Faculdade Aliança (2013), FAP Parnaíba (2013), Faculdade Anglo Líder (2014), Universidade da Amazônia (2014) e Faculdades Integradas Tapajós (2014).
A partir de 2015, o grupo chegou à região Sudeste com a aquisição da Universidade de Guarulhos (2015) e deu continuidade à sua ampliação com a compra da Faculdade Talles de Mileto (2015), Faculdade São Camilo (2016), Centro Universitário Bennett (2016) e Uninorte (2019).
4. Ânima Holding S.A.
Apresentação e histórico
O grupo Ânima encontra-se na sétima posição entre as maiores empresas educacionais do país, segundo o ranking da Revista Valor de 2019. A Ânima surgiu em 2003 com a aquisição do Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte (MG). Até recentemente o grupo denominava-se Gaec Educação S.A.. Em 2018, a empresa passou a ser designada por Ânima Holding S.A.. Em 2006, a Ânima comprou a Unimonte, instituição sediada na cidade de Santos (SP) e em 2009 adquiriu a UniBH, consolidando sua atuação no Ensino Superior.
Foi a partir de 2013, com a abertura de capital na Bovespa, que a companhia iniciou um processo de maior crescimento. Nos últimos anos, a Ânima adquiriu as seguintes instituições: BR Educacional Fundo de Investimento em Participações (2013), Universidade São Judas Tadeu (2014), HSM (2014), Sociesc (2015), Faculdade Alis de Bom Despacho (2016), Acad Academia de Estratégia (2016), Faculdade Politécnica de Uberlândia (2016), Faculdade Politécnica de Goiás (2016).
Em 2016, o Ânima também se associou ao instituto de gastronomia Le Cordon Bleu (2016). Dando prosseguimento às suas aquisições, nos anos seguintes o Ânima assumiu o controle da Faculdade Jangada (2018), Centro de Ensino Superior de Catalão (2018), Faculdade de Ensino Superior de Catalão (2018), Faculdade de Tecnologia de Catalão (2018), Faculdade Divinópolis (2018), Ages Empreendimentos Educacionais (2019), Vidam Empreendimentos Educacionais (2019), Unisul (2019) e a Unicuritiba (2019).
5. Bahema Educação S.A.
Apresentação e histórico
À exceção das empresas anteriormente apresentadas, a Bahema não se encontra entre as dez mais importantes do setor educacional privado brasileiro. Além disso, diferentemente das demais, esta empresa não abarca o mercado do Ensino Superior privado. Seu leque de atuação se restringe aos níveis de Educação Infantil, Fundamental e Médio.
A história do grupo Bahema também é bastante peculiar. Ele surgiu nos anos 1960 como um empreendimento voltado para o comércio de tratores, máquinas e implementos agrícolas. Até 2008 o grupo não tinha qualquer relação com os serviços de educação. Neste período, grande parte de seu capital estava investido no Unibanco. Com a fusão deste com o Itaú, a companhia começou a reduzir progressivamente seu capital. Somente em 2016 o grupo resolveu se voltar para a prestação de serviços educacionais.
Quando isto ocorreu, a empresa já era uma sociedade anônima de capital aberto na Bovespa. Somente em 2019 a companhia alterou seu nome de Bahema S.A. para Bahema Educação S.A.
A partir de 2016, a Bahema iniciou seu processo de expansão por meio de associações e aquisições. Passou a controlar a Escola da Vila (2017), Escola Parque (2017), Escola Balão Vermelho (2017), Escola Centro Educacional Viva (2019), Escola Fórum Cultural (2019), Colégio Apoio (2019) e Colégio BIS.
Empresas cotadas na Bolsa de Valores de Nova York (Nasdaq)
6. Arco Educação S.A.
Apresentação e histórico
A Arco Educação não consta entre as dez maiores empresas de educação do Brasil. A história da companhia iniciou ainda nos anos 1940 com a abertura de uma escola no Ceará pelo empresário Ari de Sá Cavalcante Neto. Em 2004, o mesmo empresário iniciou um negócio voltado para o desenvolvimento de conteúdo e tecnologia educacional chamado SAS, destinado a escolas de Ensino Médio. Esta é a origem da Arco Educação.
O processo de aquisição de companhias iniciou ainda em 2015. Adquiriu o International School (2015), Editora e Livraria Alegre Poa (2015), WPensar (2015), Geekie (2016) e SAE (2016). Com este crescimento a companhia decidiu abrir capital na Bolsa de Valores de Nova York em 2018. A partir daí, o processo de aquisição de novas empresas se intensificou, tendo comprado o Colégio Positivo (2019), EEM Licenciamento de Programas Educacionais (2019) e Nave à Vela Editora e Comercializadora de Materiais Educacionais (2019).
7. Afya Participações S.A.
Apresentação e histórico
A Afya também não se encontra entre as dez maiores empresas privadas do setor de educação no Brasil. Este é um grupo privado especializado na formação de profissionais da área da saúde. Sua trajetória iniciou com o Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (Itpac), instituição fundada pela família Esteves em 1999 no Norte do país. Nos anos seguintes, a empresa abriu novas unidades de ensino em Minas Gerais, Tocantins e no Piauí.
Em 2016, o grupo Crescera passou a ser sócio da Afya e, em 2019, foi incorporado à empresa. Com isto, a Afya acabou agregando duas importantes empresas do ramo da educação em saúde, a NRE Educacional e da Medcel. Isto permitiu uma expansão geográfica do grupo, que hoje engloba diversos estados do Norte, Nordeste e Sudeste do país. O grupo ainda adquiriu recentemente a Fasa Faculdades Santo Agostinho (2019) e a Faculdade Ipemed de Ciências Médicas (2019). A Afya abriu capital na Nasdaq no ano de 2019.
8. Vasta Participações S.A.
Apresentação e histórico
A Vasta é uma empresa controlada pelo grupo Kroton e surgiu originalmente como uma das marcas utilizadas por este. Com a transformação do grupo em uma holding de educação em 2018, a marca Vasta ficou associada à oferta de serviços de Educação Básica. Com o crescimento e a complexificação da sua estrutura, o grupo Kroton decidiu ampliar a autonomia da Vasta, passando esta a controlar parte das empresas vinculadas anteriormente ao grupo Somos que foi incorporado pela Kroton. Além disso, já em meados do ano de 2020, a Vasta passou a captar recursos no mercado financeiro, fazendo sua primeira oferta de ações na Bolsa de Valores de Nova York.