Revista Estudos do Sul Global: Financeirização do capital e a luta de classes
A história do modo de produção capitalista é marcada por um elemento central e constitutivo de seu funcionamento: as crises. A cada uma delas, no entanto, a riqueza se concentra e se centraliza cada vez mais, com as consequências recaindo nas classes trabalhadoras, seja por meio de inflação, aumento no custo de vida, diminuição de políticas sociais e, sobretudo, redução do preço da força de trabalho. Dessa forma, as crises não são apenas próprias, mas também funcionais ao modo de produção capitalista, na medida em que desorganizam o tecido social e o mercado de trabalho com aumento do desemprego, e possibilitam um novo e qualitativamente superior patamar de acumulação.
Desde fins dos anos 1960, uma saída encontrada por setores da burguesia dos países dominantes para manter a taxa de lucro foi a desregulamentação dos mercados, possibilitando o crescimento do chamado capital fictício, que seria a base para a fase de financeirização que vivemos hoje.
Compreender a atual forma de acumulação de capital predominante é fundamental para entendermos as contradições da nossa sociedade e as possibilidades de luta e superação que elas nos abrem. Esta é a contribuição dos artigos presentes no dossiê sobre Financeirização do capital e a luta de classes do n. 4 da Revista Estudos do Sul Global (Resg), que conta com sete artigos tratando dessa abrangente questão em seus diferentes aspectos. Desde uma análise mais geral da fase atual do modo de produção capitalista, passando pelas transformações no mundo do trabalho que ele acarreta, bem como as resistências da classe trabalhadora e as dinâmicas sociais e políticas que são engendradas pela financeirização no Brasil e no mundo.
Este número da RESG conta ainda com artigos que versam sobre as consequências do neoliberalismo no Brasil contemporâneo; a constante desigualdade social de nosso país; as características do socialismo chinês e o pensamento de Xi Jinping; o reposicionamento do Brasil e outros países do Brics na divisão internacional do trabalho; e as formas de resistências dos trabalhadores de aplicativo.
Na seção de resenhas, comparece o importante livro Imperialismo no Século XXI: Globalização, Superexploração e Crise final do capitalismo, do britânico John Smith, que traz grandes contribuições para o pensamento do Sul Global.
Esta edição também conta com ilustrações das Arpilleras, do Chile, que tiveram um papel muito importante na resistência à ditadura inaugurada há 50 anos, em 11 de setembro de 1973, por meio de um golpe no governo da Unidade Popular de Salvador Allende, que avançava em direção ao socialismo.
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